Entrevista Grupo Midia à CAPITAL INVEST – Vendas de Empresas e lei 13097 – Abril de 2015

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Impactos da Lei 13097 nas vendas de empresas no Brasil/ investidores estrangeiros

P: Como a CAPITAL INVEST, reputada assessoria financeira em fusões e aquisiçõesvender uma empresa, avalia o interesse em investir no setor da saúde do país depois da promulgação da lei que amplia ainda mais o capital estrangeiro na saúde? O que a saúde tem a ganhar com isso?

R: Diminuir as restrições aos investimentos é sempre positivo para qualquer setor da economia. No caso do segmento de saúde no Brasil, isto é ainda mais positivo, especialmente na área hospitalar, por dois motivos:

  • A OMS recomenda de 3 a 5 leitos para cada mil habitantes. No caso do Brasil o índice médio é de 2,4. Precisaríamos investir uns R$40bi para chegarmos ao nível mínimo recomendado.
  • Hospitais de menos de 150 leitos dificilmente são rentáveis, sendo que no Brasil mais do que 60% dos hospitais contam com menos de 50 leitos, sendo a média de 64 leitos. Eis o motivo pelo qual nos últimos 5 anos mais de 15mil leitos foram fechados. Faria sentido, portanto novos investimentos para consolidar o setor, via compra e venda de empresas.

Portanto o Brasil, que já conta de médicos, empreendedores e gestores de altíssimo nível, precisaria de alguns investimentos adicionais em hospitais, que poderiam ser facilitados com investimentos estrangeiros.

 

P: Quais são os países que mais procuram o Brasil neste setor?

R: No segmento de saúde os países tradicionalmente interessados eram os Europeus e EUA. Nos últimos anos também fomos contatados por multinacionais asiáticas, de países tais como Japão, Coreia e China, interessados em aquisições de empresas brasileiras que estariam potencialmente à venda. Em todos estes países existem empresas no segmento de saúde que priorizam o Brasil nos seus planejamentos estratégicos.

 

P: Quem serão os maiores beneficiados com esta lei?

R: A longo prazo o consumidor Brasileiro que contrata planos privados de saúde deveria ser o principal beneficiado, pois novos investimentos deverão trazer maior concorrência, mais tecnologia, maior profissionalismo, etc. Tudo isto sob a premissa de que o CADE fará bem seu papel permitindo a necessária consolidação, sem que cheguemos a uma situação de oligopólio.

 

P: Será o fim de hospitais de pequeno porte, familiares?

R: Conforme comentado previamente, hospitais de menos de 150 leitos com um mínimo nível de atendimento dificilmente são rentáveis, pois o fluxo de caixa operacional deles dificilmente cobre os custos fixos, com o consequente impacto no valuation das empresas. No Brasil mais de 60% dos hospitais tem menos de 50 leitos, e a tendência com lei 13.097 ou sem ela, seria a sua consolidação em redes maiores para diminuir custos e melhorar seu nível de serviços. A lei 13.097 simplesmente deverá trazer mais capital e portanto acelerar esta necessária consolidação via fusões e aquisições. Relembrando que sem potenciais investidores interessado na compra de empresas, alguns destes hospitais, apesar de terem donos e funcionários competentes e resilientes, terminavam simplesmente falindo. Eis um dos motivos pelos quais mais de 15mil leitos foram fechados nos últimos 5 anos. A nova lei deverá de consolidar o segmento, potenciando o mercado de vender empresas, e estes hospitais de menor porte deveriam ser consolidados em redes hospitalares maiores.

Entrevista Grupo Midia à CAPITAL INVEST - Vendas de Empresas e lei 13097 - Abril de 2015
Entrevista Grupo Mídia à CAPITAL INVEST – Vender empresa e lei 13097 – Abril de 2015

 

P: Quais são as barreiras que nos hospitais/ empresas brasileiras à venda encontram os investidores estrangeiros? (judicialização, infraestrutura, falta de gestão, etc)

R: A barreira principal era legal. A tendência a partir de agora será melhorar a tecnologia, a gestão financeira, a infraestrutura, a formação in-situ, a contabilidade gerencial (crucial para o avaliar a empresa), etc.

 

P: Como o capital estrangeiro poderá beneficiar o setor? (gestão, concorrência, mais leitos, etc)

R: A abertura ao capital estrangeiro o segmento de saúde no Brasil, e o consequente acréscimo nas operações de M&A, deverá trazer novos conceitos que beneficiarão e valorizarão os profissionais do setor de saúde, tais como melhorias em gestão, na qualificação e na remuneração dos profissionais, implantação de treinamentos, programas de participação em resultado, melhorias na governança corporativa, novas tecnologias, etc. Estes benefícios aos profissionais deverão implicar num melhor atendimento com menor custo.

 

P: Que tipo de abordagem pode haver para hospitais filantrópicos, já que não distribui lucros?

R: Resultava inacreditável que com as necessidades na área hospitalar que o Brasil ainda tem, caso um determinado segmento da sociedade, de conotação religiosa, tivesse interesse em investir recursos vindos do exterior num determinado hospital (ainda que filantrópico), tivesse, até a promulgação da lei 13.097, diversos entraves e empecilhos que praticamente impediam o seu investimento. Felizmente isto mudou.

 

P: Mesmo em meio a um cenário econômico crítico, como a CAPITAL INVEST, como renomada Boutique de M&A, avalia o interesse estrangeiro de investir na saúde do Brasil? Como ficará o mercado para vender empresas?

R: Realmente o cenário econômico brasileiro se encontra em um momento complicado. Entretanto, será que isto é negativo ou positivo para o investimento estrangeiro? Por exemplo: o Real está no menor valor dos últimos 10 anos, e os múltiplos de aquisição (e portanto os valuations) são os menores dos últimos 5 anos. Não será agora uma boa oportunidade fazer investimentos em nosso país? Não será agora um momento excelente para vender uma empresa?

 

P: Há perspectiva de investimento em áreas que são carentes, por exemplo, maternidades?

R: Acreditamos que sim. Nos nichos de mercado mais carentes, o interesse deverá ser superior.

 

P: O que a inovação pode ganhar com esta nova lei?

R: Esperamos o aumento da transferência de novas tecnologias provenientes do exterior, sejam advindas de softwares como de hardwares, especialmente em áreas da saúde nas quais o Brasil está defasado. Por exemplo: atualmente temos no país em operação não mais que 20 robôs da vinci, enquanto nos EUA existem mais de 500 equipamentos em operação.

Fonte: Grupo Mídia (pag 124-127)

 

 

Para más informação sobre o assunto, consulte nossos artigos: “quero vender minha empresa em funcionamento: o guia definitivo de venda profissional“, “venda de empresas – opções para encontrar investidores”

 

Diego Dutra

DIEGO DUTRA

Este conteúdo foi elaborado pelo time de especialistas da  CAPITAL INVEST – M&A Advisors, assessores financeiros com até 40 anos de experiência em compra, venda e valuation de empresas.


Na CAPITAL INVEST – M&A Advisors, assessoramos financeiramente no valuationcompra, e venda profissional de empresas médias ou grandes: i) de receita anual entre R$20 milhões e R$2 bilhões, e ii) com lucro líquido positivo, para avaliar e/ou comprar e/ou vender sua empresa no Brasil ou no Exterior.

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